sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Poesia: O Abandono ou cadela parida

Lá no fundo do buraco
Cavado por mãos humanas
Distendido por ânsia canina,
Lá está ela

Solitária e materna..
Tão pobrezinha!!
Quietinha ...
Enfraquecida ...
São dez filhotinhos vindos a luz!!





Descoberta ...
Alegria de criança, encantada
Sobressaltada com tantos filhotinhos...
O pequeno rei anjo viu primeiro!

Desprezo, agonia de gente grande que passa
E vê o buraco repleto de filhotinhos.
Arregalados, adultos olhos fitam a cadelinha.
Que será de ti, desprezível vira-lata?




Que será de ti inocente mãe
E teus tantos filhotinhos?
Que fizeram os homens que te desprezaram
Será que vêem agora tua maternidade

Acolhida no buraco.
Presença doída
Dos abandonados...
Encolhida e só
O cão é como os homens.

SGdeAlmeida 04082009 FSA