quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Um céu de algodão

Parece uma manhã qualquer. Como todas as manhãs quaisquer em que se acorda e se  dá bom-dia ao dia que se apresenta. Tudo simples como acordar e se por de pé, e ir-se entregando as rotinas e a vida no seu normal. Mas eis que na manhã o algodoeiro abriu-se em flocos. Aliás, eis que o homem dos doces passeou com seu carrinho e deixou os flocos de açúcar a  pontuar o céu com o branco tentador do algodão. Ninguém o viu no seu passeio. Mas quem observou seu movimento,  viu o efeito do giro hipnotizador da máquina na feira, na quermesse, na festa do interior. Aquela doçura se dissolvendo e se juntando docemente, formando espetaculosos flocos coloridos. Embora os brancos, brilhantes em sua transparência inusitada, sejam os mais inquietantes. O homem do algodão doce derramou seu festival de doçura no céu desta manhã. E a manhã deixou de ser qualquer manhã. O dia parece repleto de risos e burburrinho de quermesse. Quisera. Mas não sendo,  a manhã ganhou um efeito especial para impulsionar a vida. Um céu polvilhado de nuvens como algodões, doces, de memórias e de imaginação enriquecida. O bom da vida se  ilumina com o movimento giratório da alegria nos flocos de algodão. E a manhã deixou de ser a manhã de qualquer dia. Há nuvens passeando no céu que recobre o algodoeiro.
SGdeAlmeida

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